domingo, 30 de setembro de 2007

Você pode tirar os pregos, mas os furos não.

Hoje ela acordou morta.
Acordou pálida, gélida, beirando o púrpura.
Mas acordou.
Levantou-se apenas para se deparar com um mundo enevoado por tons de cinza enjoados.
Como se as partículas houvessem saboreado todas do mesmo amargor.
E agora enchessem seus pulmões como quem respira pelo umbigo fechado com um nó de muitos anos de distância.
Calou-se apenas porque, se não o fizesse, diferença também não faria.
Porque o ruído daquele cinza todo penetrava seus ouvidos e corroia todo o caminho até o solado dos pés.
Sufocando sua voz e choro como se nunca tivessem inventado tais palavras, por falta de onde pôr.
Caiu como num poço sem profundidade.
Lugar que ela própria desconhecia dentro de seu corpo.
Mas caiu imóvel, num mergulho silencioso.
Porque ar era tão impenetrável que os sons não encontravam espaço para se fazer.
E nem sentiu as lágrimas que não escorriam pelo seu rosto.



sexta-feira, 28 de setembro de 2007

“O que está acontecendo comigo? II”

Quando eu tinha uns 11 anos, a minha mãe me deu um livro chamado “O que está acontecendo comigo?”, que falava sobre as mudanças embaraçosas da puberdade em uma linguagem quase-não-boba.
Esse livro não me ajudou em nada em relação à puberdade, mesmo porque não há muito o que fazer sobre o assunto, mas serviu para me classificar em um grupo, saber que existiam milhares de outros como eu no mundo, e que eu não tava passando sozinha por essa fase estranha.

Hoje me dei conta que estou na
crise dos vinte. E ninguém me deu livrinho...

Serviço de Utilidade Pública:


Os sintomas da crise:

1 - Não saber o que quer. Todo jovem teme não encontrar uma paixão que o inspire, seja trabalho, hobby ou uma pessoa
2 - Os 20 anos não são o que se esperava. Imagina-se que esses serão os anos para conquistar a liberdade e a independência da vida adulta
3 - Ter medo de errar. É típica a insegurança de quem acha que, se falhar uma vez, vai falhar sempre
4 - Não querer deixar a infância para trás
5 - Medo de que as escolhas de hoje afetem o resto da vida. E ser incapaz de mudá-las
6 - Fazer comparações constantemente. O jovem se compara a colegas e se sente menos capaz, acha que todos são melhores que ele

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O que é uma família senão o mais admirável dos governos? Henri Lacordaire

Estou numa fase super família. Só falo disso. Às vezes até me acho meio chata falando deles. Mas não to nem aí. Me aguentem...(por favor, vai!)
Já fazem 4 anos que moro fora da casa do papi e depois de ter conquistado um pouco de independência e autonomia, eu vou voltar. Vou morar com a familhada!
No começo fiquei beeem apreensiva...pensando na liberdade que eu ia perder, nos momentos só meus que agora seriam compartilhados...enfim, dei uma surtada! Mesmo!!
Mas decidi ver por outro lado. Decidi reparar que assim como todas as coisas na vida, essa também tem o seu lado bom.
Chega de fazer supermercado, de lembrar de pagar as contas e de arrumar a casa. Chega de cozinhar pra 1 pessoa e ter que lavar a louça. Chega de comer Miojo e tomar sopinhas Vono.
Não quero mais ter que chamar o técnico para consertar a geladeira ou o fogão. Eles só atendem em horário comercial e eu trabalho em horário comercial. You do the math. Já estou sem internet há uns 4 meses!!
Não quero mais ter que levantar às 3 da madrugada, com 39o de febre, e ir à farmácia comprar remédios pra mim mesma! Quero um pouco colo e canja. Casa, comida e roupa lavada.
Não quero mais a casa vazia. Às vezes é bom ter a casa cheia, ter alguém pra conversar depois de um cheio insuportável no trabalho, alguém pra assistir as Video Cassetadas do Faustão. Até alguém pra encher o saco, senão não teria graça fugir de casa, falar mal dos pais e reclamar da vida. Nem tudo são flores, certo?
Bom, daqui a um mês eu começo a mudança. Depois conto pra vocês quanto tempo eu aguentei! Torçam por mim...

Como sou irmã e madrinha coruja, queria mostrar pra vocês: o último presente que comprei pra minha irmãzinha/ afilhada/ criança mais fofa do mundo/ 3 anos de muita risada/ senhorita chucrute. Babem!!!

http://www.bancadecamisetas.com.br/produtos_descricao.asp?barra=028011000&codigo_categoria=003

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Dúvidas, certezas e sofás


Começo do ano descobri que os sofás da sala da minha casa são os mesmos sofás que eram da casa da minha vó há alguns anos atrás. A estrutura e o esqueleto são os mesmos. Porém agora eles possuem um estofado mais sério e que combina com o resto da sala e com os outros móveis. Antes o estofado era mais alegre, não combinava tanto com a decoração mas era muito mais flexível. Isso mesmo! Flexível. Explico por quê. Hoje esses sofás são como qualquer outro comum sofá no mundo. Eles têm uma rotina. Estão lá fazendo exatamente o que as pessoas querem. Eles têm horários. Hora pra estarem la, arrumados para a hora do jornal. Hora para estarem confortáveis, para a hora da novela e até hora para serem limpados. Mas antes não era assim. Esse conjunto de sofás não podiam ser chamado exatamente de conjunto. A poltrona as vezes era uma nave espacial, a namoradeira era um escorregador e as almofadas do de 3 lugares eram tatâmes de judô. Eles não tinham rotinas. Não estavam sempre lá onde as pessoas realmente esperavam que eles estivessem e a hora que era previsto ou óbvio. Mas sempre realizavam seu dever. A hora do jornal as vezes era visto da nave espacial. O tatâme as vezes servia para assistir novela. E a namoradeira servia ... bom ... para namorar. Honrava o nome! E à qualquer hora! Isso era o mais legal. Essa história, verídica, poderia ter uma grande conclusão e uma moral bem clichê. Mas não vai ter. Eu escolhi o tipo de sofá que eu gosto. Não vou te forçar a escolher o seu. Se você escolheu ou não, não me importo. Você pode escolher do tipo que quiser. Aliás, existem vários outros tipos. É só escolher. Só não me venha encher o meu saco porque eu gosto de um tipo diferente que o teu. O sofá que eu quero, eu vou ter. Você que vá atrás do seu!
Luca

terça-feira, 25 de setembro de 2007

No escuro

No escuro
todo mundo é igualmente nu.
Ninguém tem corpo nem cara nem coroa;
Não tem pé nem cabeça.
Só que o mundo é claro
É evidente.
Então tem um monte de gente
Que acha que é diferente.


vanessap

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

É impossível postar de domingo.

É com muito pesar que deixo aqui minha mais profunda manifestação de revolta contra este santo dia.

Sem mais -

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Na tentativa de ser o que se é

Ontem tive um dia muito pensativo..discuti filosofia, falei sobre amor e sobre morte, sobre as aflições de viver e sobre ser o que se é. Ouvi falarem de Nietszche, Chico Buarque, Spinoza, Freud, Clarice Lispector, Glauber Rocha, Darwin, Marx...Foi um dia longo e bom. Daqueles dias sem trabalho e sem obrigações, onde pensar é mais do que suficiente e é trabalhoso. Aparentemente não fiz nada, mas tive um dia produtivo. Acredite.
Vim compartilhar um pouquinho do que vivi ontem. Quem sabe até ensinar um pouco, não sei. Talvez seja pretensão minha, mas enfim...acho que aprendi bastante ontem. Não sei dizer exatamente o que aprendi, mas é fato que a experiência me mudou. Acho que isso é aprendizado. Deixar que uma situação ou um encontro te faça diferente.
Somos todos seres inacabados, em construção e sempre temos o que aprender. Sempre tem alguma coisa que nos faz mudar, basta recebê-la. Acho que tem muita gente preocupada com o destino e esquecendo que a existência baseia-se na jornada. É durante o caminho que moldamos nossa essência.
É necessário viver a vida intensamente e apropriar-se dela como uma expressão do teu desejo. Como resultado de tudo que já foi. Vivê-la como ela vier. Não se importar com o que acontece com você, mas o que você faz com isso, o que você tira da experiência. Seja digno do que lhe acontece, pois tudo é necessário e não passe para ninguém a responsabilidade por stua tristeza ou seu desencanto.
Descobri que não existe bom e mau. O que existem são bons e maus encontros. Num bom encontro, a sua capacidade de afetar e ser afetado é ampliada. E daí surge um sentimento de alegria. Uma explosão de possibilidade. Aproveita ao máximo cada encontro e receba as mudanças que lhe vierem.
Vamos viver a intensidade do aqui e do agora! Viver a beleza dos encontros. “Arrancar a eternidade de cada dia”, como diria Guimarães Rosa. Afim de ser o que se é. Mesmo sem saber.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Nada de embaralhar e nem dar as cartas hoje.






"Luca,

Preciso que você atualize o relatório de audiência de ** e concorrentes com os dados do NetRatings.
Veja onde está o arquivo e como atualizar.
Temos que enviar hoje até o final do dia.

Valeu."








terça-feira, 18 de setembro de 2007

Hoje eu vou ensinar uma coisa. Se deixarem, vou ensinar mais uma. Depois outra, depois outra. É que ontem eu tive uma experiência que foi um divisor de águas na minha vida. A diretora do jornal que eu trabalho estava fora, então ela pediu que eu, sozinha, assessorasse (?) o diretor de marketing de um jornal internacional que a gente representa, nas reuniões do dia. Detalhe: ele é paquistanês.
Ontem eu aprendi a não superestimar e complicar a vida. Não leve as coisas tão a sério. Não fique preocupado em proferir termos que você nem sabe o significado, mas treine muito bem sua oratória. Fale bem, sem receio, gesticule, seja enérgico e seguro do que você está falando, mesmo que você nem tenha tanta certeza assim. Funciona, eu juro. Todo mundo acredita. Se tiver uma reunião de negócios, não tenha medo. Todo mundo ali é gente como você, é orgânico, carne e osso. Não podem te fazer nada mais do que você faria para eles. Também ninguém tem poderes paranormais, não lê a mente de ninguém. Por isso, pode pensar em querer dar uma dormidinha depois do almoço. Não queria se passar por business man porque você não é. Você é um estagiário, e todo mundo ali sabe disso, não adianta disfarçar. Vai ficar feio. Mas também não fique com cara de adolescente porque você também não é. Se imponha e fale sempre a verdade, seja sincero.
No almoço, não fique o tempo todo conversando sobre a queda das ações da Comissão de Valores Mobiliários do Norte do Mediterrâneo e tal. Fale sobre a comida, sobre filmes brasileiros, sobre coisas que você gosta de fazer. Ou não fale nada disso também, discurse sobre os prós e contras da água com gás. Simplifique as coisas, sorria e seja gentil. Mesmo que você seja mulher ou estagiário, é sua obrigação ser cortês e conversar bem, afinal você já tem pelo menos 20 anos. Almoce bem, mas coma devagar! Aceite o café, se quiser. Não aceite, se não quiser. Aliás, não faça nada que você não queira fazer só porque não tem coragem de dizer não. E também não passe vontade. Se estiver com sede, peça água.
Em suma, não torne as coisas mais difíceis do que elas são. Essa coisa de ficar querendo parecer uma coisa que você não é não dá certo. Haja com naturalidade. Saiba bem do que se trata o assunto que vai ser tratado, guarde os nomes das pessoas a quem você foi apresentado e de onde elas vêm. Não fique sofrendo por antecedência. Na hora você vê o que faz. Seeeempre dá certo, eu garanto, de uma forma ou de outra. Não se subestime, não se ache pior nem melhor do que ninguém. Nunca se sinta um encosto, uma sombra de alguém. Você tem nome, tem cargo, tem responsabilidade, tem obrigações assim como todo mundo ali. Também nunca se culpe se, ainda assim, sentir-se nervoso, preocupado, ansioso, com medo e com complexo de inferioridade. É natural, apesar de todo nosso esforço para isso não acontecer. E o principal: aproveite cada momento do seu dia, cada pessoa, cada dica, cada caso contado, cada experiência. Ainda que no futuro você venha a ter muitos encontros e obrigações desse tipo, cada um é diferente do outro e vai te ensinar muito. Tchau.




VP

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

"Tudo muda.. até bermuda?" ou "Dessa vida só se leva a vida que se levou" ou o mais novo "Geração alienada"

Lia D'Amico - começo de 2001 (14 anos) escreveu:
"Eu penso assim: tudo que está acontecendo só vai acontecer uma vez. O tempo não volta, e cada segundo que passa é um tempo de vida que você perdeu (ou ganhou).
Pra quê deixar esses segundos passarem como momentos ruins? Pra quê se estressar com as coisas? Lógico que temos que perder muito tempo de vida com essas experiências ruins, para poder ganhar outros depois, não cometendo os mesmos erros. Mas há muita gente que não vê que está deixando a vida passar, em vez de aproveita-la.
Tudo que acontece tem um lado bom. Você pode até pensar que não tem, mas é impossível dizer que você não amadurece com as experiências ruins.
Aproveite a vida ao máximo, até a última gota. Dessa vida só se leva a vida que se levou. Faça dos momentos ruins um aprendizado, e dos bons, os melhores da sua vida. Viva cada dia como se fosse o primeiro e o último da sua vida. No fim tudo dá certo. Se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim."

Nota póstuma: E o meu irmão, de 16, me disse hoje que a solução para colocar as crianças na escola é o governo dar uma quantia anual para cada pessoa que nasce (igual a política pró-natalidade da Alemanha), e para acabar com o trânsito o certo seria parar de vender carros.

E fim (ifunomaramim).

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

gimme more.

Há algumas semanas atrás, eu estava no carro, escutando rádio no trânsito, quando começou a tocar mais uma daquelas musiquetas irritantes da Avril Lavigne, uma das que trouxeram pra moça mais um processo de plágio. Não esperei muito pra mudar de estação e assim que troquei, surpresa: a mesma faixa estava tocando na outra emissora. E pior: as músicas das estações estavam sincronizadas de forma que, quando chegava o refrão, eu podia alternar entre as duas rádios sem a música ser interrompida.

Cara de pau radiofônica? Muita.

De fato, não sou obrigada a escutar a rádio, posso muito bem escutar um CD gravado por mim mesma, com as faixas escolhidas a dedo e tal. Mas o problema é que, como disse Lobão certa vez em uma
entrevista, “Por mais modernos que estejamos, com internet, o que faz existir o imaginário no inconsciente da população é o rádio”.

E isso me incomoda. Tenho tido a impressão que as rádios tem um setlist formado por umas 15 músicas, que são tocadas randomicamente durante o dia todo. E esse não é um problema exclusivo das rádios. Com exceção da Internet, que ainda é para poucos no Brasil, temos esse movimento acontecendo em todos os meios: TV, revistas, cinema, jornais e sei-lá-mais-o-quê.

que saco.

Vocês, com guerra, ditadura, torturas, pessoas sumindo, acham que tão dando de mil em termos de agruras e obstáculos. A minha geração não tem um coronel torturando. Mas tem a Xuxa. O inimigo é cor-de-rosa.”

Lobão

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Tia, deixa eu ir de novo, vai? Deixa!

Sabe quando alguém pega um cílio e vem disputar com você a possibilidade de fazer um pedido? Pois é. Fiz isso ontem e ganhei! (rá! sou muito boa nisso)
Pra dizer a verdade, nunca fui muito de acreditar nessas coisas mas, enfim, não custa nada tentar. Resolvi fazer um pedido que eu sabia que não ia se realizar, mas foi o que me veio na cabeça na hora. e eu adorei!
Eu pedi para que voltasse a ter 4 anos de idade. Imagina que delícia seria... Tudo era tão gostoso e fácil. O mundo era tão mais legal!!
A gente chorava quando caía no chão ou machucava alguma coisa. Ninguém chorava de depressão, desilusão amorosa ou crise existencial.
Não havia nenhum tipo de preocupação com calorias. Alías, não havia nem o conhecimento sobre esse tipo de coisa do além. Meus conhecimentos sobre comida não eram nada vastos. No máximo uma carninha moída e "papa tudinho senão não ganha sobremesa!" (ps: sobremesa era uma das palavras mais mágicas que eu conhecia naquela época)
Tudo o que você vestia ficava bonitinho. Afinal você tinha 4 anos. Até aquela camiseta suja de molho de macarrão e argila ficava linda! Junto com aquele penteado horroroso que sua mãe fazia, ficava melhor ainda. Uma graça!
Você caía toda hora, mas isso era a coisa mais normal do mundo, pra todo mundo. Era só chorar um pouquinho, ganhar um pouco de atenção e pronto: passou! Agora, a maioria das quedas são vergonhosas e resultantes de um noite alcoolizada. E os roxos sempre aparecem no dia seguinte...
Ser criança era muito bom. Se você ficasse muito trsite, era só tomar um toddynho ou um danoninho que tudo melhorava. Quem dera fosse assim ainda, assim nós, adultos, não gastaríamos tanto dinheiro em terapia, antidepressivos, baladas, bebidas e afins.
Por falar em dinheiro, tá aí uma coisa que só servia pra brincar de lojinha. E nem precisava de muitos dinheiros. Só umas moedinhas já eram suficiente para comprar qualquer coisa.
Naquela época, a sua única obrigação era ir pra escolinha. E isso significava encontrar os seus amiguinhos, fazer desenhos, brincar e se sujar muito, tomar um lanchinho gostoso e tirar uma sonequinha melhor ainda.
Era bom não ter nenhuma preocupação com o futuro. A não ser que tivesse marcada uma ida ao zoológico no dia seguinte. Aí vc se preocupava com o futuro. Também, né! Hellôo!! Nada é mais importante do que ir ao zoológico!! Sabe? Eu tenho minhas prioridades!!

Enfim, sei que meu pedido não vai ser realizar, mas achei gostoso brincar de imaginar...

beijotchau =)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

a fechadura, a pedra, ou qualquer coisa que não te leve aonde você não quer chegar

Ontem eu acordei meio mal. Acho que é a rotina. Acordei com muito, muito sono, inchado, remelento, eca. Um lixo. Não fui tomar banho e tal. Aliás, foi tudo tão por osmose que eu só me toquei que eu não tomei banho agora, escrevendo aqui. Foi normal. Foi automático, como minha vida ultimamente tem sido full time. Todos os dias eu boto os despertadores pra tocar e fico só no “soneca” dos aparelhos ...é um saco, porque você sempre pensa que são só 20 minutinhos, mas quando vê os 20 minutinhos já se transformaram em muitos minutões e você perdeu a hora. Depois de perder hora e não tomar banho, vou tomar café. Às vezes dá preguiça de tomar café ou não dá tempo, mas eu como porque sei que estou com fome. Aí vem o arroz-com-feijão de novo...digo, o copo de café com leite, a fatia de pão com mantega, e nenhuma fruta. Every-single-day. Acho que é a rotina. Aí vou pro trabalho, que é assim: de manhã tenho uma obrigação que nunca é igual aos outros dias. Então, todas as manhãs eu nunca faço a mesma coisa (E não venha com papo de "é bom que vc aprende", pq eu nunca sei o que estou fazendo, faço do jeito que acho que é, e nunca aprendo). Aí tem o almoço: arroz, bife e batata frita. Every-single-day. Às vezes eu vou em um almoço/reunião com os chefes, pra variar um pouco. Mas a comida é sempre a mesma, impressionante. Acho que é a rotina. De tarde não muda nada: o trabalho depende da necessidade ... dos outros, ou seja, não tenho uma obrigação pré-definida. Nem tento resistir ao café. Bebo água, café e chá. Bebo mais um pouco pra passar o tempo. Quando vi, bebi alguns litros e dai sim eu resisto com preguiça de ir ao banheiro. Também olho no relógio de cinco em cinco. Às vezes até de dois em dois. Ás vezes de um em um. E ás vezes constantemente. Deveria ter relógio com segundos no computador. Alguém sabe como coloca? Quando chega 18 horas...ah, delícia! Já me sinto fora do expediente. Hahahaa, todo mundo já sabe! Aí começa a contagem regressiva. Sei que não sou só eu que é assim! Quando dá 18:50h, pronto, acabou! Nem escovo os dentes (precisa?), arrumar minha mesa e desligar o computador, quem dirá que há tempo de trabalhar mais um pouquinho! Aí pego o carro (o mesmo de sempre), depois de meia hora to em casa. Aí como alguma coisa, me troco e vou pra frente do computador ... de novo! Fico lá até cansar, tomo banho, vejo alguma coisa na TV e vou dormir. Aí acaba. Quer dizer, aí que começa tudo de novo. Ai, mas o mal-estar continua, viu. Alguém tem alguma receita pra bolo de fubá? Não? E lasanha quatro queijos? Não? E da felicidade? Eba! Me passa por email ... pode ser o do trabalho mesmo ... ... ... hunf ...



lucassap.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

a chave, o caminho, ou qualquer coisa que te leve aonde você quer chegar

Hoje eu acordei meio mal. Acho que é a rotina. Acordei com muito, muito sono, inchada, gorda, eca. Um caco. Fui tomar banho e tal. Aliás, foi tudo tão por osmose que eu só me toquei que eu tomei banho agora, escrevendo aqui. Foi estranho. Foi automático, como minha vida ultimamente tem sido full time. Todos os dias eu boto o despertador pra tocar e fico só no “soneca” do celular...é um saco, porque você sempre pensa que são só 5 minutinhos, mas quando vê os 5 minutinhos já se transformaram em muitos minutões e você perdeu a hora.
Depois de perder hora e tomar banho, vou tomar café. Às vezes dá preguiça de tomar café ou não dá tempo, mas eu como porque sei que é importante. Aí vem o arroz-com-feijão de novo...digo, o copo de leite desnatado, a fatia de pão, a fruta. Every-single-day. Acho que é a rotina. Aí vou pro trabalho, que é assim: de manhã tenho uma obrigação que é igual todos os dias. Então, todas as manhãs eu faço a mesma coisa. Aí tem o almoço: arroz, frango ou peixe e salada. Every-single-day. Às vezes eu mudo de restaurante, pra variar um pouco. Mas a comida é sempre a mesma, impressionante. Acho que é a rotina. De tarde muda um pouco: o trabalho depende da necessidade, ou seja, não tem uma obrigação pré-definida. Fico resistindo ao café. Bebo água. Bebo mais um pouco pra passar o tempo. Quando vi, bebi alguns litros e to indo no banheiro de cinco em cinco. Também olho no relógio de cinco em cinco. Às vezes até de dois em dois. Não deveria ter relógio no computador. Alguém sabe como esconde?
Quando chega 17 horas...ah, delícia! Já me sinto fora do expediente. Hahahaa, que ninguém descubra isso! Aí começa a contagem regressiva. Será que só eu sou assim? Quando dá 17:50h, pronto, acabou! Mal dá tempo de escovar os dentes, arrumar minha mesa e desligar o computador, quem dirá que há tempo de trabalhar mais um pouquinho! Aí pego o ônibus (o mesmo de sempre), depois de uma hora to em casa. Aí como alguma coisa, me troco e vou pra academia. Fico lá até cansar, volto, tomo banho, faço alguma coisa no computador e vou dormir. Aí acaba. Quer dizer, aí que começa tudo de novo. Ai, mas o mal-estar continua, viu. Alguém tem alguma receita pra retenção de líquido? Não? E pra retenção de felicidade?



vanessap.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Despedida dos 20 anos.

Eu sempre adorei fazer aniversário. Na minha casa, sempre existiu uma tradição: quando é seu aniversário ninguém pode brigar com você e todos da família viram meio que seus ‘escravos’. É um dia de alegria que começa com café na cama, beijos, abraços e muitos sorrisos. Nunca dei tanta importância aos presentes, mas sim a atenção que recebia naquele dia. 10 de setembro era o MEU dia.
Essa data sempre gerou muitos questionamentos e reflexões. No momento estou me sentindo um pouco nostálgica, meio saudosista, pensando no passado. Comecei a olhar pra trás e a lembrar do caminho que me trouxe até aqui. Das pedras e flores da estrada. Das trilhas sonoras, dos abraços, das fotos, das quedas, dos porres, dos beijos e dos erros. Resolvi colocar no papel algumas coisinhas que aprendi até agora. Aprendi:
- que muitas vezes ser gentil é mais importante do que estar certo
- que não importa quanta seriedade a vida exija de você, todo mundo precisa gargalhar de vez em quando
- que algumas vezes tudo o que precisamos é de colo
-que são pequenos acontecimentos que tornam a vida extraordinária
- que ignorar os fatos não os altera
- que não posso mudar o acontece, mas posso escolher o que fazer a respeito
- que o mínimo que posso fazer é ter pensamento positivo
- que a maneira mais fácil para eu crescer como pessoa é me cercar de gente mais inteligente do que eu
- que cada pessoa que a gente conhece deve ser saudada com um sorriso
- que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar a aparência
- que ninguém é perfeito
- que quanto menos tempo eu tenho, mais coisas eu consigo fazer
- que todo mundo tem um lado bom e um lado ruim
- que devo me cercar de pessoas que me querem bem
- que sentir saudades é uma chance de viver de novo
- que as coisas são mais simples do que imaginamos e mais complicadas do que gostaríamos que fossem

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Caixa Mágica


Ontem estava estacionando o carro no subsolo do meu prédio quando observei outro carro entrar no estacionamento. Sai do meu carro e fui para o hall. O elevador chegou e pensei se deveria esperar a pessoa que tinha acabado de chegar para subir ou entrar correndo no elevador e subir pro meu apartamento sozinho. 3 segundos de dúvida cruel e resolvi esperar. Quase um minuto depois entra no hall um senhor de idade, olha para mim e me agradece por ter esperado. Entramos na caixa mágica, eu apartei o 10º e ele o 7º e em silêncio fiquei olhando para o chão. Se minha cabeça não estava milhões e milhões de kilometros dali seria um silêncio constrangedor, mas estava com o pensamento longe, bem longe. Foi quando o senhor olhou para mim e apontou para minhas mãos e falou "Esse que você tem é muito legal." Dai percebi que estava com a chave do carro na mão, furando um plástico qualquer. Eu parei, olhei para ele e ele falou: "Ah! Pensei que fosse aquele de bolhinhas". Entendi do que ele estava falando e respondi "É né? Aquele é muito legal. Queria um daquele." O Senhor respondeu "É, mas se você não tem, vale brincar com esse mesmo né?". Eu dei uma risada e concordei. Alguns segundos depois chegamos no 7º andar, ele abriu a porta saiu do elevador virou para mim, abaixou a cabeça, dobrou um pouco os joelhos, levantou a mão, que não segurava a porta, e falou " Que você encontre teu plástico de bolhinhas. Não desiste não." Respondi com um sorriso e desejei uma boa noite. Não sei porque mas por um momento todas aqueles pensamentos que estavam rodando na minha cabeça quando entrei no elevador fizeram sentido. Poderia fazer varias interpretações dessa história, que é veridica, mas não vou. Só queria compartilhar com vocês. Sem segundas intenções e sem moral da história. Que vocês, meus amigos queridos, tenham um ótimo feriado e que encontrem o plástico de bolhinhas de vocês!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ora intransigente, ora transitiva. Sem querer e de propósito, respectivamente. Definitivamente indefinida. Indubitavelmente libriana. Ou não.


Juntar gotinhas de chuva com o dedo,
quando o sol acabou de nascer e tudo fica meio amarelo,
brincar com fotos de longa exposição à noite,
ganhar lembrancinhas, queimar palitos de fósforo,
os desenhos que se formam na madeira, cheirar flores,
usar palavras bregas, fazer piada com um único olhar,
quando o silêncio faz barulho depois da balada,
quando a lua está enorme e amarela, ou bem fininha,
números de telefone divertidos, me alongar,
festa da faculdade quando vai todo mundo,
assistir formiguinhas trabalhando, portas giratórias,
apertar objetos emborrachados, procurar desenhos na lua,
e estrelas cadentes, conhecer palavras novas,
rir de mim mesma, cheiro de cáfé e de milho verde,
poder ver os raios de sol passando no meio das nuvens,
tomar sorvete dentro da piscina e sentir descer gelado,
receber uma ligação de alguém querendo me ver,
coisas que mexem no ritmo da música, fazer cafuné,
falar bom dia, postar no blog e ter muitos comentários,
sol no domingo, ir ao parque quando está sol no domingo,
sentir cheiro de chuva, cheiro de terra, de grama,
abraços apertados e deixar a areia lisinha com os pés.

Nos veremos aos domingos.
Espero que gostem de mim tanto quanto eu. Ou não.

Lia

domingo, 2 de setembro de 2007

Na boa, não acho o Pitbull uma raça mais violenta que as outras.

Só que o ataque de Pinschers não dá notícia.





E fazer o quê? Tsc, tsc.

E a pseudo-pílula poética, claro:

"Belo dia
João-de-Barro faz sua casa
e o estilingue
do lar faz um túmulo"